No blog As Falas da Pólis, nosso companheiro Diógenes Brandão avalia o processo que passamos recentemente.
O Resultado Final das Eleições - I
Meus candidatos
Com 9.123 votos recebidos neste último domingo (03), o candidato que eu apoiei para representar a região do Marajó na ALEPA, não alcançou o número de votos necessários para eleger-se, mas Laércio Pereira saiu com uma expressiva votação, já que ficou à frente de notáveis candidatos, tais como, Suleima Pegado (PSDB) que já é deputada e tentava a reeleição e obteve 541 votos a menos do que o Marajoara que também superou - com 1.592 votos a mais - Fernando Dourado, o poderoso ex-secretário de saúde no governo tucano e atual vereador em Belém.
Igualmente vereador da metrópole, já em seu 2º mandato, Adalberto Aguiar (PT) recebeu 3.470 votos a menos que Laércio, que também superou Sandra Batista com que teve 1.924 votos de diferença. Atual vice-prefeita do 2º maior colégio eleitoral do Pará, Sandra já foi vereadora em Belém e deputada estadual por 02 mandatos.
O recebedor do meu voto e apoio para a câmara federal, foi o Santareno Carlos Martins, deputado estadual pelo PT e irmão da prefeita de Santarém, Maria do Carmo (PT) e do atual Chefe da Casa Civil do governo Estadual.
Carlos ficou como o 1º Suplente pelo PT, tendo apenas faltado 15.994 votos para ultrapassar o concorrente – Zé Geraldo (PT), quem eu considero muito.
O Quadro interno do PT.
O PT tinha 06 e agora tem 09 deputados estaduais eleitos nesta eleição, sendo que Miriquinho Batista saiu da ALEPA para a Câmara Federal como o 2º parlamentar mais votado do PT-PA. Filho de Abaetetuba e atual secretário da Assembléia Legislativa do Pará, Miriquinho dirige junto com Paulo Rocha e outras lideranças, a Unidade na Luta, tendência interna do PT. Paulo Rocha não foi eleito para o senado, mas teve a diferença de apenas 22.026 votos para Jader Barbalho, quem os institutos de pesquisa colocavam como “Deus dos votos”.
O maior grupo do PT sofre com a derrota do seu maior líder, mas elegeu 03 deputados Estaduais, dos quais Chico da Pesca foi o mais votado do PT-PA, seguido de Alfredo Costa e Zé Maria do baixo-amazonas. Alfredo Costa depois de 02 eleições deixa a vereança e chega ao Palácio da Cabanagem com 2.753 votos a mais que Suely Oliveira, a 1ª suplente do PT, a qual é ligada à DS, comandada pelo núcleo duro e a própria governadora, que elegeu apenas o ex-secretário de Cultura Edilson Moura como deputado Estadual e Cláudio Puty como Federal, de quem todos esperavam ser o “campeão de votos” dada a mega-campanha realizada pelo ex-chefe da casa civil.
O grupo que hegemoniza o governo, ganha ainda a vaga na Câmara Municipal de Belém, já que Milene Lauande, assume no lugar de Alfredo Costa por ser a 1ª suplente das eleições de 2008 e junto com Marquinho agora será vereadora do grupo que comanda o governo Ana Júlia, por mais 02 anos, pelo menos.
O PT pra Valer teve reeleitos os deputados Valdir Ganzer, Bernadete Tem Catem e Airton Faleiro, mantendo assim a hegemonia do antigo campo majoritário, hoje denominado “Construindo um Novo Brasil”, grupo que comanda o PT a nível local e nacional, junto com a Unidade na Luta com seus 03 deputados estaduais - já citados - e a Articulação Socialista, que elegeu Milton Simmer e reelegeu Carlos Bordalo deputado Estadual, além de Beto Faro, o mais votado como deputado federal.
A Dança das Cadeiras
Já o PSDB sangrou, fez apenas 06 cadeiras na ALEPA, perdeu 04 dos 10 deputados que tem até dezembro deste ano. Na Câmara Federal, O DEM tinha 03 e perdeu 02, ficando apenas Márcio Miranda que já era deputado Estadual e olhe lá!
O partido, em extinção no Brasil, só terá o Santareno Lira Maia como representante em Brasília, pois o dral Vic Pires Franco, até bem pouco tempo atrás era presidente da legenda no Pará e depois do golpe sofrido pelos Tucanos resolveu não se candidar-se com a sua esposa, a ex-governadora Valéria Franco, apontada pelos institutos de pesquisa nas eleições de 2008 como prefeita eleita de Belém e que amargou o 4º lugar.
O PSOL elegeu com 85.412 votos, o ex-prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues e este comemorou muito ontem pelas ruas da cidade que governou por 08 anos, mas o partido amargou a derrota humilhante da candidata Araceli Lemos que já tinha exercido mandato na Assembléia Legislativa pelo PT e este ano só conseguiu 4.840 votos no partido Socialismo e Liberdade, praticamente a metade dos votos do candidato que apoiei, o qual praticamente só é reconhecido pelas massas em alguns municípios do Marajó.
O PMDB alardeou as pesquisas que apontavam Jader como mais votado e levou um susto quando os votos começaram a serem computados. Saiu com o Senador, reelegeu 03 dos atuais federais – Wlad, Elcione e Asdrúbal – e reposicionou Priante em Brasília, ficando no total com 04 dos 05 candidatos que tinha, já que Jader saiu pro Senado e Bel Mesquita não alcançou a meta de votos para manter-se no cargo.
Apesar da grande votação que as pesquisas apontavam para Jatene (PSDB), tendo inclusive configurado um falso quadro para o eleitor, de que o tucano ganharia ainda no 1º turno, o PSDB foi entre os grandes partidos do Pará o que mais sofreu na composição do parlamento. Reelegeu os federais Zenaldo Coutinho, Nilson Pinto e Wandenkolk Gonçalves, mas perdeu 04 - André Dias, Bira Barbosa, Bosco Gabriel, Ítalo Mácola, Suleima Pegado e Tetê Santos – ficando apenas com 06 das 10 cadeiras na ALEPA.
Flexa foi quem melhor se beneficiou da boataria tucana que induziu grande parte do eleitorado à pensar que Jader e Paulo Rocha não eram elegíveis. Resultado: 1.817.644 de votos para o Senador que já foi preso pela Polícia Federal em 2005 mas se dizia “Ficha Limpa”.
No Pará não haveria 2 turno, dizia o IBOPE e mais uma vez foi comprovado d que o dia D é uma caixinha de surpresas, talvez a mesma surpresa tida pela professora Edilza Fontes, ex-superintendente do PTP e manda-chuva da Escola de Governo do Pará e candidata, tendo recebido 12.509 votos para deputada estadual, que desabafou em seu blog:
“O que vi foi arrasador e que me deixa muito preocupada sobre os rumos da política, da relação da ética e da democracia representativa no Brasil. Andei por 52 municípios, discutindo propostas, encaminhei soluções coletivas, mas no dia da eleição, que tanto me falaram, realmente muda tudo, vira o voto. Eu que pensei ter no mínimo ter três vezes mais votos que tive, me surpreendi com o votos da urna. Ainda pensava que era possível eleger somente debatendo idéias, não é. A maquina partidária, a maquina administrativa são fundamentais”